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Tuesday 25 June 2013

O EXPORTAR E PRECISO



Do exportar é preciso

O crescente déficit comercial brasileiro, ou seja gastamos mais dólares do que recebemos, não pode ser debitado só ao governo e suas ações. O câmbio, que era desfavorável,  tornou-se, com as últimas desvalorizações, quase atrativo para exportar e pouco atrativo para importar. Em curso estão uma série de ações que levam a melhorar as condições das empresas para exportar. Mesmo assim, estamos ainda longe de aumentar a nossa competitividade para que sejamos um ator realmente importante no comércio internacional, do qual participamos com menos de dois porcento. A nova lei dos portos, a aceleração dos projetos de infra-estrutura e melhores condições financeiras para crédito no exterior já ajudam bastante.

No Brasil também temos uma agência promotora de exportações, cujo orçamento bilionário deve promover em muito as exportações. Além disso, existem agências estaduais, como a de Minas, e programas de entidades de classe, que teoricamente ajudam as empresas a exportar. Ou seja, não faltam programas e recursos. E temos o Itamaraty, com a sua rede de missões diplomáticas altamente qualificadas e com parcos recursos para prestar um serviço ainda mais eficiente.

E por que então temos alta concentração de exportações em produtos agrícolas, minerais e empresas estrangeiras que com muitos incentivos exportam produtos manufaturados? Temos também campeões nacionais como Havaianas, Marco Polo, Random, Germana, WEG, Natura e mais alguns. Mas o fato é que a maioria das empresas não esta orientada para o mercado externo. Ganham muito dinheiro no mercado relativamente protegido e não têm visão a longo prazo. Não há nenhuma chance de o Brasil crescer se não ampliar de um lado a pauta de exportações e de outro lado os mercados.

Quem exporta é a empresa e não o governo. E por que mais empresas não exportam? Porque, além da visão de curto prazo, promove-se mais o Brasil comprador do que o Brasil vendedor. Agora mesmo, na Copa das Confederações, vêm mais de mil empresários de 70 países com tudo pago pelo contribuinte brasileiro conhecer as empresas exportadoras. Em resumo, vêm passear, o que não é ruim, mas mais e muito mais importante seria dar total assistência às empresas para que estejam preparadas para exportar. Desde a concepção do produto, embalagem, qualidade até mercado. Participamos de muitas feiras, mas devemos levar ainda mais empresários para os mercados. Quando o empresário enxergar o mercado e sentir o negócio, ele vai exportar. E também precisamos de mais Banco do Brasil. Na África, onde há muitas empresas, não há agências.

Stefan B. Salej
11.6.2013.

A REUNIAO DE G 8 PRODUZIU O QUE MESMO????



Dos  oito poderosos

Na Irlanda do Norte, parte do Reino Unido, onde até recentemente havia guerra civil, sangrenta e suja ( é lá que as forças de segurança britânicas aplicavam todos os tipos de tortura que depois ensinavam aos torturadores brasileiros durante a ditadura militar ), reuniram-se lideres do G 8, grupo dos chamados países mais industrializados do mundo. Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, França, Rússia, Itália, Canadá e Japão. E de favor estavam lá os Presidentes do Conselho e da Comissão Européia. E faltaram os demais membros do mundo como China, Brasil e África do Sul, Indonésia, Austrália, e outros, que fazem parte do chamado G 20. E sob uma segurança perfeita, que custou aos contribuintes britânicos mais de 100 milhões de reais por dois dias de reuniões, não se ouvia nem de longe a voz da sociedade civil, que em outras ocasiões sempre esteve presente e protestando.

Os poderosos do mundo, entre os quais constam alguns que se encontram em profunda crise, para não dizer a maioria deles, continuam dando as cartas na mesa do pôquer da  política mundial. Podem estar em dificuldades, mas sabem como se ajudar uns aos outros e, como a política tem tudo a ver com a matemática, onde ganham uns, perdem outros. Assim, o tema central foi a evasão fiscal das empresas desses países. Segundo dados da ONG OXFAM, esses países mantém 15 paraísos fiscais. Portanto, o dinheiro escondido ou fugido do fisco está basicamente nesses países, aos quais adicionamos ainda membros da União Européia, em especial o Luxemburgo, e também a Suíça e Singapura.

Bem, a decisão  mais hipócrita do grupo é que agora vão combater essa sonegação, fazer um código internacional e as empresas terão que pagar mais impostos. Portanto, mais dinheiro em caixa dos governos, e os custos dos produtos e serviços certamente vão aumentar. Mas acreditando-se que isso possa dar certo,devemos lembrar que há vinte anos que estão tentando implementar um sistema internacional de contabilidade e não conseguiram.

Outro assunto foi como terminar a guerra civil na Síria. Mais de cem mil mortos e dois milhões de refugiados é uma soma vergonhosa para o nosso mundo. Mas, ai também não chegaram a uma conclusão. A recente decisão dos Estados Unidos, de um lado, e da Rússia, de outro, de continuar a enviar armas para os dois lados beligerantes, mostra que, enquanto estiverem conversando numa sala e na outra negociando o fornecimento de armas, o  conflito nem de longe é um conflito sírio, mas uma briga de potências.

Ainda sobrou espaço para avisar que Estados Unidos e a União Européia iniciarão conversações de um acordo comercial. Do tipo da ALCA para as Américas, que morreu após a reunião em Belo Horizonte.

Stefan Salej
17.6.2013.