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Thursday 15 November 2012

Das minas e mineracoes



Das minas e minerações

Da terra não vêm só alimentos. Dependendo do clima, há mais de uma safra. Dependendo de como se trata a terra, ela sempre produz para a nossa sobrevivência. Mas a terra também tem minérios, cuja transformação é outra base de sobrevivência humana e de progresso. E o negócio de mineração no mundo inteiro esta vivendo uma fase de reflexão ou crise.

Em primeiro lugar, a  exploração desenfreada, que gera desenvolvimento desigual, seja dentro de um país minerador, seja em termos regionais, não terminou. Criaram-se grandes empresas mineradoras que dominam a exploração mineral no mundo.Quatro ou cinco, entre as quais esta incluída a brasileira Vale. Projetos gigantescos, investimentos também  gigantescos, lucros enormes, e problemas ambientais e sociais também. Os chineses sempre tiveram noção exata da importância das materiais primas, pois foi com a exploração de tungstênio que Mao financiou a revolução. Hoje exploram bem o mundo inteiro para que sua industria progrida: exploram trabalhadores, terras, meio ambiente e em nada diferem dos exploradores que dominavam o negócios há séculos.

A África está infestada de investimentos que na maioria das vezes são a consequência de uma relação política incestuosa. Os escândalos das empresas brasileiras nas terras africanas, relatadas pela imprensa brasileira, são a ponta do iceberg  de um setor que precisa ter um  modelo de negócio do século 21 e não do século 19, como disse a ex-diretora do Banco Mundial, a sul-africana dr. Ramphele. Na África do Sul, com greves constantes e violentas nas minerações, a questão ainda se torna mais difícil de ser resolvida. E o paradoxo das minas de platina paradas é que, com greves, a produção para, e a falta de produto eleva o preço.

O mundo está cada vez mais dividido entre fornecedores de matérias primas e processadores. O fosso entre esses setores é cada vez maior. Para as regiões mineradoras, urge rever suas políticas de desenvolvimento, seja no Brasil, na África ou na América Latina. O papel do estado como concessionário de riquezas minerais e  as suas compensações devem ser revistos. E as relações sociais, entre quais o fato de que as regiões mineradoras, segundo os  dados de Banco Mundial, apresentam sempre o menor índice de desenvolvimento, devem ser revistas.

Não custa nada lembrar o velho refrão: o minério não dá duas safras. 

Stefan B. Salej
15.11.2012.

Friday 9 November 2012

A ELEICAO NA CHINA TAMBEM E IMPORTANTE



Dos camaradas Xi e Li

O  jogo de xadrez eleitoral mundial neste ano, com os lances de vitoria de Hollande na França, Chavez na Venezuela, Putin na Rússia e Obama nos Estados Unidos, entre outros, não terminou. Na próxima semana, será concluído o  18º Congresso do Partido Comunista Chinês,  e, com ele, a escolha dos novos dirigentes da maior nação do planeta. 2325 delegados do Congresso vão escolher o Comitê Central e Politburo e em seguida será escolhido, por voto secreto, o novo Líder do Partido Comunista chinês, que virá a ser Presidente da República Popular da China.

O escolhido será o Camarada Xi, que substituí Camarada Hu. E ele será acompanhado pelo Camarada Li, como Primeiro-Ministro. Começa a era de dez anos de uma nova geração dos líderes políticos de uma China cada vez mais poderosa, maior e, quem sabe, mais perigosa. Neste momento, os chineses estão em conflito aberto em torno de ilhas menores no Pacífico, com o Japão, Filipinas e Vietnã. É só exercício de poder militar e diplomático de um país que sempre foi grande, mas que ruma a ser potência mundial.

Os chineses têm seis mil anos de história. Não é um país uniforme, e a prosperidade das cidades litorâneas não é a mesma do interior. O modelo de economia socialista de mercado cria desenvolvimento, cria diferenças sociais enormes e sua orientação como fábrica do mundo, exportando mais e mais, cria também situações complicadas na própria China. Ela tem um modelo peculiar de organização política, em que o Exército Popular de Libertação é o que une país. Como disse um soldado chinês: eu tenho o fuzil, mas quem o dispara é o Partido. E por isso, a constante modernização das Forças Armadas e a  Presidência da Comissão militar determinam o verdadeiro rumo e a estabilidade política da China. E o Camarada Hu só deixará a presidência dessa comissão para Li daqui a dois anos. Aí é que começa a verdadeira troca de comando.

A China e os Estados Unidos concorrem mas não são inimigas. Na área econômica, estão encontrando uma cooperação competitiva, que obviamente tem problemas, como a desvalorização da moeda yuan e a manutenção de mil bilhões de dólares em reservas chinesas dos papéis americanos. No campo político, estão se acomodando para dividir o mundo economicamente e politicamente.

A política econômica chinesa terá que se dirigir também para o mercado interno, como força motriz de seu desenvolvimento, que hoje é a exportação. E se os chineses passarem para um modelo misto, o seu crescimento beneficiará a outros, inclusive o Brasil. A China hoje também sofre devido à crise na Europa e Estados Unidos, porque produz essencialmente para a exportação. Mas se mudar de modelo, vai se fortalecer internamente e externamente. Agora é pagar para ver o que vai acontecer.

Stefan B. Salej
7.11.2012.