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Friday 18 November 2016

DOS ACORDOS E DESACORDOS COMERCIAIS

DOS ACORDOS E DESACORDOS COMERCIAIS

Apesar de que a semana está cheia de notícias da transição do governo dos Estados Unidos (o Presidente eleito só toma posse no dia 20 de janeiro e até lá tem tempo para conversar ainda com o nosso Presidente Temer , já que os dois ainda não conversaram), mas há outras preocupações na área de comércio internacional que não foram ofuscadas pela eleição de Trump. Ou foram e não percebemos.

Enquanto o Canadá conseguiu, depois de  sete anos de negociações, fechar um  acordo amplo de comércio e cooperação com União Europeia, o Mercosul, nascido em Ouro Preto há 25 anos, continua negociando, e negociando um acordo comercial com a mesma União Europeia. Está na mesa que  a UE acabou de aceitar o Equador (que está brigado conosco na área diplomática em função do impeachment da companheira Rousseff) no acordo de comércio com o Peru e a Colômbia. Por outro lado na, campanha presidencial norte-americana, ficou claro que o hoje vencedor Trump vai rever o acordo de livre comércio entre os Estados Unidos, México e Canada, como também o acordo transpacífico (o acordo dos acordos) e rever a negociação do acordo entre os Estados Unidos e a União Europeia.

Resumindo: esta se redesenhando o mapa comercial do mundo. E se a esse quadro adicionarmos o reconhecimento definitivo da China como economia de mercado na Organização Mundial do Comercio (onde o brasileiro Azevedo quer mais um mandato de diretor geral), temos um quadro um tanto quanto indefinido para o exportador brasileiro. Você pode exportar baseado na sua capacidade empresarial, mas  se houver barreiras nos países importadores, ou se seus concorrentes tiverem mais facilidades,  o jogo muda ou até impede você de exportar.

E são acordos comerciais entre os países que permitem  isso. De um lado, estamos amarrados pelas regras do Mercosul, uma associação de países difícil de se entender e com a qual conviver. De outro lado, pelos interesses e reposição do comercio global. O fato é, que o exportador brasileiro neste momento não tem a mínima interferência  nas negociações  que estão em curso, como Mercosul-UE, e nem na consolidação negociadora do próprio Mercosul. Mas também não sabe qual a posição estratégica do governo brasileiro para orientar seu planejamento empresarial.

A situação está menos dramática na área de agro-negócios, onde o próprio setor  assumiu a liderança e obrigou os outros atores a seguir o navio do almirante. Mas, iludidos com que temos boas reservas cambiais, e que o agro e os minerais sustentam a balança comercial, criando superávit, as exportações de manufaturados, serviços e produtos de tecnologia estão mancando. E sem  acordos comerciais, só o bater dos tambores da promoção comercial (incluindo sem diminuir custo Brasil), vai ser difícil conseguir encher o caixa com dólares e euros para poder gastar em viagens e  importações.

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