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Friday 30 January 2015

DA FALTA DE REMÉDIOS E PAPEL HIGIENICO

Da falta de remédios e papel higiênico

Os chefes dos governos latino americanos e caribenhos reunidos na Costa Rica,  aquele país da América Central que não tem exército e onde há mais de cinqüenta anos o governo da Cuba foi excluído da Organização dos Estados Americanos, dedicaram as discussões principalmente a novas  relações da mesma Cuba com os mesmos Estados Unidos. Os 167 milhões de pobres na região ficaram no segundo plano. Das centenas de discursos inflamados, só nos corredores falaram de uma situação calamitosa que esta passando na frente de todo continente, que é a da Venezuela.

No país vizinho falta comida, filas se ampliam nos supermercados, não há nem papel higiênico e mais, faltam remidos além de produtos básicos em uso nos hospitais. Se na década de setenta,  situação similar no Chile, com o governo socialista de Salvador Allende, era provocada por bloqueios externos e levou a um planejado caos, provocando o sangrento golpe militar, na rica Venezuela a raiz do problema é outro. O modelo de socialismo do século 21, socialismo o muerte, faliu no seu elementar, que é melhorar as condições da vida dos cidadãos. Quarenta e oito por cento  dos venezuelanos vivem na pobreza, sendo que, nos últimos anos, 33 % deles pioraram da vida. A inflação está beirando oficialmente 64 % ao ano, dez  vezes mais do que no Brasil, e não há dólares para nada. O dinheiro do petróleo sumiu a tal ponto que, além de faltarem produtos básicos, não há venda de bilhetes aéreos porque as empresas se recusam vender passagens porque o governo não transfere dólares e elas não têm como pagar combustível. Em resumo: um caos econômico inimaginável para um cidadão brasileiro ou europeu.

E culpa é de quem?  Quando não é dos Estados Unidos, agora é da queda brutal do preço do petróleo e outras matérias primas que o país exporta. E do povo que protesta porque não tem comida na mesa. O líder dos protestos em 2013,  Leopoldo Lopez, e seus companheiros estão presos sem julgamento. E o governo do Presidente Maduro autorizou está semana o uso de munição letal contra os manifestantes nos protestos contra essa situação. Não bastam 43 mortos pelas forças policias nas últimas manifestações. Tem que ter mais mortos e presos para sustentar um regime de políticas fracassadas.

A isso tudo se soma a acusação feita pelo jornal espanhol ABC  ao Presidente do parlamento venezuelano e  um dos líderes da revolução bolivariana, Cabello, de ser líder do cartel de narcotráfico Soles. A acusações tem fundamento e a Venezuela é sim centro logístico de distribuição da droga colombiana produzida pelos guerrilheiros da FARC.

As reações verbais dos governantes venezuelanos a essa crise que não é de hoje parecem telenovela e não indicam nenhuma solução razoável a curto prazo. E esse é o país que nos deve milhões  de dólares, tem fronteira com Brasil e não se sabe como vai pagar. Em resumo, Cuba já foi problema. Hoje a maior ameaça à estabilidade do Brasil se chama Venezuela.


Stefan Salej
30.1.2015.

3 comments:

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  2. Muito bem colocado! Infelizmente o nosso governo não quer ver esta realidade!

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  3. Stefan: Cuba é uma alta prioridade para os paises da CELAC, imagine que o destino de todos eles depende das relações dessa ilha miserável com o Império, que só é miserável por causa do Império justamente, que talvez agora poderá salvá-la de mais miséria derivada do caos bolivariano, que é quem alimentava a ilha miserável depois do fim do Mensalão soviético...

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