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Friday 15 August 2014

DA GRIPE ESPANHOLA, SUÍNA e EBOLA

Da gripe espanhola, suína e Ebola

Não bastam as guerras que matam milhares de pessoas e provocam toda a desgraça para os sobreviventes. Assim como no caso de conflitos militares, também nas guerra de epidemias que estamos  experimentando desde a Idade Média, como a terrível peste negra, o homem comum está sempre sujeito a um ataque inesperado. Desde  terrorismo a acidentes naturais cada vez mais freqüentes, até epidemias como a última de Ebola na África. Esquecemos que a gripe espanhola, que começou em um acampamento militar francês no final da Primeira Guerra Mudial, que começou há cem anos atrás, onde se misturavam os 100 mil soldados com  porcos e total falta de higiene, matou 50 milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, morreram 43 mil soldados em 3 meses, aguardado embarque para Europa.

Tivemos ainda a tuberculose, paralisia infantil, gripe suína, chamada no início mexicana, temos ainda malária, febre amarela, hepatite,doença de Chagas e entre outros também a dengue. Está é a mais conhecido no Brasil, mas  foi descoberta em 1779 e contamina em 110 países mais de 500 milhões de pessoas por ano. E agora o surto de Ebola, que  matou mais de 1000 pessoas desde dezembro do ano passado, e se alastrou por quatro países da África Ocidental. Este já  é o segundo surto desta terrível doença, para a qual estão fornecendo os primeiros remédios em fase experimental, mas para a qual ainda não há cura certa.

Muitas dessas doenças ainda existem, como a pólio e a tuberculose, mas elas foram quase que erradicadas. A descoberta da gotinha contra a pólio pelo Dr. Albert Sabin, nos Estados Unidos, mostra o caminho das pedras quando as autoridades querem enfrentar o problema. Foi o financiamento público que permitiu lá a pesquisa que levou à descoberta. Mas, foi também o desprendimento pessoal do Dr. Sabin, filho de judeus russos que emigraram para os Estados Unidos, que abriu mão de direito de patente, para que a "gotinha" se tornasse bem público.

No trato do Ebola está acontecendo justamente ao contrário: os cientistas descobriram o remédio que não foi todavia testado em humanos, mas que as empresas farmacêuticas não querem fabricar porque não é um negócio lucrativo. São poucos doentes, portanto o mercado é pequeno e não compensa! Ou seja tem que morrer mais gente para que as farmacêuticas comecem a fabricar os remédios!

No caso do Brasil, o Ebola está longe e perto ao mesmo tempo. Nos quatro países da África Ocidental há brasileiros trabalhando e há um fluxo do comércio, como no caso de Nigéria, considerável. Sem dúvida, o surto de Ebola, como também aconteceu com a Aids, coloca a África, que tem um crescimento econômico bom, à margem dos fluxos normais do comércio. E a África precisa de ajuda para resolver o problema que está se alastrando pelo mundo.

Esse caso também apresenta excelente motivo para um debate sobre saúde pública no Brasil e o papel da pesquisa na área. As soluções vêm não só pela melhoria de condições sanitárias da população, mas da liderança do poder público na área de saúde. É enorme a oportunidade para a área de biotecnologia, já em estágio avançado no país, mas não uma prioridade. Temo que fazer da ameaça uma oportunidade

Stefan B. Salej
15.8.2014.

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