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Thursday 5 September 2013

DA MORAL E DA SIRIA



Da moral e da Síria

O conflito armado na Síria, durando dois anos, com mais de cem  mil mortos e mais de um milhão de refugiados, não está, com os últimos acontecimentos, sem  perspectiva de terminar. Ao contrário, com as afirmações de que o governo do Assad usou armas químicas, ultrapassando a linha vermelha que Presidente Obama disse ser aceitável, os Estados Unidos e seus aliados vão reagir. Em nome dos limites morais de uma guerra, que foram ultrapassados por Assad, não haverá limites a se contrapor. Portanto, o que se fez até agora, podia, o que fez com as armas químicas, não pode mais. E chegam cinicamente à conclusão, após dois anos de massacres, que agora basta e o basta é matar mais e aumentar  a escalada da guerra.

É muito difícil para um cidadão comum entender o imbróglio da Síria, uma civilização milenar e uma ditadura familiar de um país formado artificialmente após a queda  do império otomano. Mas, quem esta em guerra lá não é só o Ocidente  versus a Rússia e a China, que junto com o Irã apóiam Assad. Estão em curso também as divergências entre vários grupos religiosos islâmicos, como sunitas e xiitas. O que aliás também está acontecendo no Iraque. E apesar de que muitas vezes não está claro quem apóia quem, quem  esta ao lado de quem, fica patente que os todos envolvidos cuidam principalmente de seus próprios interesses. E se a esta situação adicionamos que a Líbia continua em polvorosa, que o Egito saiu das primeiras páginas, mas a situação lá continua  sem solução, e portanto ainda muito  sangue pode  correr, que o Iraque não esta tranquilo e que no Afeganistão estão cem mil soldados americanos custando cem bilhões de dólares por ano, a situação está longe de ser tranqüila.

A escalada do conflito sírio, sem apoio das Nações  Unidas ou até com o seu apoio, vai abrir um novo front militar extensivo, sem limites de início e nem fim. E como as bolsas reagiram aos primeiros anúncios com alta de preços, isso vai afetar a recuperação econômica frágil. E mais: coloca em risco qualquer possibilidade de paz entre Israel e os palestinos, ao mesmo tempo em que torna Israel ainda mais vulnerável.

O Brasil já declarou que só vai atuar na solução do conflito através da ONU. É interessante observar que, com uma comunidade Síria tão expressiva no Brasil, o país, que quer ser um ator político internacional importante, não desempenha um papel mais incisivo. E não se tem ouvido dos sírios no Brasil nada a não ser do hospital em São Paulo. Nem para dar ajuda e trazer refugiados para cá.

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