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Thursday 21 March 2013

UM MILHAO DOS AMERICANOS,DOIS TRILHOES DE DOLARES .IRAQUE



Dos dez anos da guerra de Iraque

Uma geração inteira dos mineiros lembra do Iraque  do ditador Saddam Husein como fonte de trabalho, renda, aprendizado, orgulho por construção de estradas, ferrovias e sifões. Os contratos da Construtora Mendes Jr. levavam milhares de operários, equipamentos e empresas, inclusive escolas Pitágoras. Era a bonança do Iraque.

Isso, de uma ou outra forma, durou até maio de 2003, quando as tropas aliadas lideradas pelos Estados Unidos invadiram novamente o Iraque. O objetivo era achar armas de destruição em massa,  como chamam as bombas atômicas, trazer paz para o mundo e instituir a democracia no Iraque, destituindo a claque do ditador Saddam. O então Secretário de Estado norte-americano, general Powell, vencedor da primeira guerra contra o Iraque, chamada a Tempestade de Deserto, quando da invasão iraquiana do Kuwait, exibiu nas Nações  Unidas incontestáveis provas de existência das armas iraquianas de destruição do mundo.

Após a invasão norte-americana, lembramos da alegria mostrada pelas redes norte-americanas dos iraquianos, destruindo monumentais figuras do Saddam, dançando na rua e, depois, do julgamento dos membros do governo iraquiano inclusive, com sentenças de morte, entre outras do próprio Saddam. E de repente, após uma vitória fulminante sobre os exércitos de Saddam, e sobre a sua temida Guarda republicana, assistimos ao surgimento de uma violência impar. Um campeonato de assassinatos, ataques terroristas, explosões, torturas e prisões de fazer inveja a qualquer regime anterior. E uma guerra sem fim, onde se procurava radicais islâmicos da Al Quaida.

No balanço dos dez anos de ocupação americana, chega-se a números assustadores. Cem mil mortos, dos quais 4.500 americanos, 30 mil soldados com invalidez permanente, 2 trilhões de dólares gastos. E mais uma geração inteira de norte-americanos que voltaram de lá com trauma psicológico. O reflexo financeiro do custo dessa guerra na crise que está assolando o mundo, aumentando  o déficit das contas públicas norte-americanas, com efeito no mundo inteiro, ainda não foi calculado.

Hoje não há entre os políticos sérios no mundo inteiro nenhuma dúvida de que a guerra no Iraque foi um dos maiores erros da história dos Estados Unidos. Não havia nem armas de destruição em massa, nem  terroristas. A intervenção criou novos insurgentes e instabilidade na região. Os Estados Unidos foram  militarmente despreparados para a guerra e abriram uma caixa de Pandora na região que vai hoje até o Afeganistão, passando pelo Oriente Médio. E testaram a sua capacidade bélica perdendo a guerra.

Stefan B. Salej
20.3.2013.

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